quinta-feira, 8 de maio de 2008

Lei da conservação das massas

Em 1794, no dia 8 de maio, ciência moderna perdeu literalmente uma de suas cabeças mais geniais. Por causa de seu envolvimento com o governo monárquico, Antoine-Laurent de Lavoisier foi levado à guilhotina e executado pelos novos governantes que tomaram o poder com a Revolução Francesa.
Lavoisier é considerado o pai da química moderna. Suas descobertas – entre elas a de vários elementos químicos (oxigênio e enxofre, por exemplo), da fórmula da água e a conclusão de que a soma das massas dos reagentes é igual à soma das massas dos produtos de uma reação - mudaram o curso da pesquisas científicas até então.
Na ocasião de sua execução, ele tinha 50 anos e estava em plena produção científica. E, apesar de ter sido condenado por corroborar com o injusto regime monárquico, era, na verdade, um liberal. Tanto que um ano e meio após a sua execução, ele foi considerado inocente das acusações que o levaram à guilhotina. Seus bens foram enfim entregues à sua viúva com um bilhete que dizia o seguinte: "À viúva de Lavoisier, que foi injustamente condenado".
O lamento do matemático Joseph Louis Lagrange é um retrato melancólico do que foi a perda de Lavoisier: "Num instante cortaram-lhe a cabeça, mas outra igual talvez não surja na França num século".
Cerca de um século após a sua morte, uma estátua em sua homenagem foi erguida em Paris. Muitos anos mais tarde se descobriu que aquela estátua não era de Lavoisier. O escultor usou peças descartadas de outras estátuas. A cabeça, por sinal, era uma peça que não fora usada na escultura do Marques de Condorcet.
Lagrange estava certo. Nem para sua estátua a França fora capaz de produzir uma cabeça igual à de Lavoisier. Ainda assim, a estátua permaneceu lá até a segunda guerra, quando foi derretida para ser usada na indústria bélica.

Por falar nisso. Pouca gente sabe, mas o dia de hoje é chamado de o Dia da Vitória em muitos países. "Dia da Vitória, por quê?" devem estar se perguntado os flamenguistas que me lêem. Porque foi nesse dia que, há 63 anos, se noticiou a rendição da Alemanha Nazista.
Os aliados tinham combinado entre si que a comemoração seria no dia 9 (amanhã). Entretanto, a notícia da rendição vazou, a imprensa noticiou e todos correram às ruas para comemorar no dia 8 mesmo. Exceto na União Soviética, lá imprensa era controlada pelo governo e não vazou nada.

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